Capítulo 15 – Fim-de-semana confuso

15. Fim-de-semana confuso

12 de Setembro de 2010,

Querido Diário,

Estive a reler a minha última entrada.

E se antes eu já estava completamente atrofiada e a precisar de descanso, agora então… É que os meus pensamentos deixaram de ser dirigidos apenas para aquela única pessoa – o Landon –, agora também têm como destinatário o Ethan.

Meu deus, ele é maravilhoso, doce, querido, meigo… detestável, absolutamente DETESTÁVEL! Irrita-me de todas as formas que consegue e provoca-me! Oh, e como eu adoro quando ele me provoca… ODEIO quando ele me começa a provocar, deve ter a mania que é assim que consegue alguma coisa comigo. Pois engana-se redondamente, REDONDAMENTE!

Ontem encostou-me literalmente entre ele e a parede numa carruagem vazia do comboio. Não o deixei beijar-me como é lógico… mas eu queria que ele me beijasse, queria senti-lo comigo.

Ah, e já agora, hoje vi o Landon. Desafiei-me a mim própria ao mandá-lo dar uma curva (sinceramente, não pensei que fosse capaz de o fazer) depois de o ter visto no Parque dos Poetas agarrado a outra qualquer (coitada). Ele queria “relembrar-me a falta que eu sentia dele” e dizer-me que sentia a minha. Bem, que vá ter com a outra a que estava agarrado, pode ser que ela ainda o queira.

Mas sim, como podem ver: eu estou realmente toda atrofiada, escrevo e risco, risco e escrevo. E amanhã começam realmente as aulinhas… Vamos a ver o que este ano me reserva.

Capítulo 14 – Reencontro

14. Reencontro

Fui a primeira a acordar – como habitual, aquando das noitadas em minha casa. Olhei para o relógio: meio-dia e quarenta e dois. Bem, apesar de ser um pouco tarde, justificava-se, tendo em conta que estivéramos a falar até às seis e tal da manhã (hora em que se não nos deitássemos íamos acabar por adormecer enquanto falávamos – fora uma decisão sensata, até). Entrei para a minha casa-de-banho para tomar um banho relaxante (que bem precisava), e quando cheguei ao quarto, já todas elas estavam vestidas e despachadas para ir embora.

Onde é que vocês pensam que vão já a esta hora? – Estava incrédula com a atitude delas, não era algo muito… normal.

Nós pensamos que vamos sair desta casa muito rapidamente.

Porquê!?

Porque tu estás a precisar de te divertir! E abstrair de todo esse mundo que te rodeia, e que te baralha, e que… – Lá começava a Anna com as suas divagações.

Okay, já percebi, já percebi! – E deixei-me rir com gosto.

* * * * *

Acabei de me arranjar e fui com elas até às suas casas para que cada uma pudesse tomar um duche rápido e trocar de roupa. Como sempre, foi a Ann que levou mais tempo:

Anna, estamos à tua espera, caso não tenhas reparado! – Gritei.

VOU JÁ!

Cinco minutos depois, aparecia ela à porta da casa-de-banho já com a sua maquilhagem bastante natural e com o seu longo cabelo ruivo apanhado num rabo-de-cavalo. Começou a esgravatar no seu roupeiro à procura da roupa que lhe daria a aparência que pretendia para o dia de hoje – o que se viria a tornar uma tarefa demorada, como seu hábito.

* * * * *

Era um dia estranho e mórbido, e o ar estava carregado de electricidade: haviam previsões de trovoada para essa tarde. No entanto, nada as demovia daquela sua ideia de sair um pouco para que eu me distraísse.

Fomos para um parque que havia perto das nossas casas – que assim, se começasse a chover ou a trovejar, punhamo-nos em casa em dois minutos e evitávamos uma valente constipação – e, inadvertidamente, eu fiquei sentada no baloiço ao mesmo tempo que as via comportarem-se que nem crianças enquanto andavam no escorrega. Era tão simples relembrar os bons momentos da infância que fora passada maioritariamente ao lado daquelas raparigas. E isso fazia-me feliz – elas sabiam disso –, por isso, é que sempre que uma de nós não estava tão bem como deveria voltávamos lá e lembrávamo-nos do quanto nós quiséramos crescer e ser meninas grandes com namorados: oh como éramos inocentes e ignorantes.

Agora, olhando para elas, pensava em como era bom ser criança e nas saudades que tinha de o ser. Sentia saudades de não ter preocupações além de brincar.

Hey Mich!

Olá Landon.

Estás bem?

Queres que te diga a verdade ou que te minta para te sentires bem contigo próprio?

Hãn? Mich, o que se passa?

És um idiota, Landon, um verdadeiro idiota.

Mich, vais explicar-me o que se passa ou vais continuar a insultar-me? – Agora, ele olhava para mim. Eu via-o apenas pelo canto do olho, captara-lhe a atenção.

O que é que tu queres? Responde-me a isso e eu depois digo-te o que se passa.

Sinceramente? Sinto a tua falta.

Que bom – olhou para mim de forma esperançosa. – É que se queres que te diga, eu nem sei se sinto a tua. Já deixei de saber há algum tempo.

Então deixa-me relembrar-te!

Não quero.

Finalmente descolei os olhos do chão e olhei em frente. Reparei que elas já não se estavam a divertir. Em vez disso, estavam a olhar para mim de forma preocupada.

Ele aproximou-se de mim, de certo na esperança de que eu me virasse para ele e o olhasse nos olhos – pois bem, estava com azar. Notei que ele estava em choque com a minha reacção à sua presença.

O quê!?

Isso mesmo. Não quero que me relembres – desta vez, olhei para ele, vi o choque e a fúria de um orgulho ferido aumentarem diante dos meus próprios olhos. – Se me tivesses dito isso anteontem, responder-te-ia sem qualquer dúvida que, fogo, eu queria que me relembrasses! No entanto, depois daquilo que vi ontem no Parque dos Poetas, não preciso que me devolvas aquilo que esqueci! Não estavas à espera pois não? Achavas que podias chegar-te ao pé de mim e ter-me de volta!? Como te enganaste.   Está muito melhor assim.

Levantei-me e, com uma expressão de orgulho no rosto enquanto olhava para ele, chamei por elas:

MENINAS? – Olharam para mim, e eu sorri. – Vamos lanchar – elas vieram, e fui-me embora sem sequer olhar para trás.

Capítulo 13 – Desabafos

13. Desabafos

Afastei-me dele, de volta à carruagem onde estava antes com elas. Como é que ele fora capaz de ver tudo aquilo no meu olhar – de me ler a mente! E porque é que se preocupava comigo daquela forma? E mais importante: o que é que ele quisera dizer com “E te garanto que vou lutar por te fazer esquecer e seguir em frente. Comigo”!? Odiava com todas as minhas forças a situação em que me colocara (e por culpa de ambos!). Eu não queria, de todo, voltar a encher a minha cabeça com a questão “rapazes”, muito menos no início de um novo ano escolar, no início do SECUNDÁRIO!

Uh, conta-nos tudo!

Ai meninas, por favor quando chegarmos a minha casa e já nos tivermos enfardado em pizzas, gomas e gelados, eu prometo que conto tudinho! – Eu estava à beira do desespero, e adivinhava-se uma valente dor de cabeça para o dia seguinte. – Mas neste momento, estou a precisar de uma boa dose de calorias…

Então? Correu mal!?

Se querem que vos diga… nem eu sei bem.

* * * * *

Saímos logo na paragem seguinte, e eu pedi-lhes desculpa porque naquele momento eu precisava definitivamente de ouvir alguma música para tentar meter as minhas ideias em ordem. As notas, compassos e pausas sempre me tinham ajudado a marcar um ritmo na minha vida, nem que fosse apenas nos meus pensamentos – tendo em conta que o controlo da minha própria vida estava constantemente a fugir-me por entre os dedos! Parecera-me ouvi-las a comentarem o corpo do Ethan e o pouco que haviam visto da sua personalidade. Achei que a minha audição também captara algumas conjecturas acerca do que se passara na outra carruagem, no entanto – apesar de me interessar – não liguei muito ao que elas diziam, e continuei alheada na minha música.

* * * * *

Chegámos a casa cerca de quarenta e cinco minutos depois. Fôramos comprar umas pizzas à PizzaHut, e gomas e gelados a um mini-mercado que havia perto da minha casa. Eu nem chegara a participar na escolha daquilo que viria a ser o nosso jantar e respectivas sobremesas – tal não era o meu estado decadente! Até tinham passado pelo clube de vídeo para ir buscar um filme de terror, porque apesar de eu ser mais adepta de comédias românticas, elas tinham a noção que não seria um dia adequado a uma escolha dessas.

Agora que já te enfardaste de pizza, gomas e gelado, achas que podes contar-nos finalmente que raio se passa contigo!? – Claro que seria a Cayt a abordar o assunto de forma tão frontal: não era algo que me surpreendesse minimamente!

Oh, esqueçam lá isso…

Deves de estar mesmo à espera disso – Era a vez do contra-ataque da Anna.

Pois Mich, desta vez nem eu te vou servir de escapatória, sorry – E tu, Dee, és uma traidora!

Ora… que querem que eu diga? – E deixei-me rir. Era mesmo daquilo que eu estava a precisar: não havia nada como a rotina de quatro amigas a contarem novidades. – Sabem que eu só funciono com perguntas! – E coloquei o meu melhor sorriso inocente.

Os olhares que todas elas me lançavam sugeriam uma batalha sem bandeira branca, o que implicava: lágrimas, desabafos, lágrimas, piadas, sorrisos, lágrimas novamente, mais desabafos… Bem, ao menos teríamos toda uma noite para acabar com aquele ciclo vicioso que eram as minhas mágoas e preocupações.

Capítulo 12 - Suspiros



Paralisei. A proximidade da sua boca da minha era demasiado pequena e fazia o meu coração bater descompassadamente. A sua respiração, ao contrária da minha, estava num ritmo regular, parecia que nada daquilo o iria afectar – o que eu tinha a certeza que não aconteceria comigo. Se ele me beijasse, eu iria começar a pensar demasiado nele, nos seus olhos angelicais e na forma como o seu sorriso era capaz de me fazer suspirar porque, apesar de eu já pensar neles, passaria a pensar de forma muito mais intensa e constante. Por isso, mais valia evitar a dor e sofrimento que acabaria por sentir no futuro, quer aquilo avançasse quer não.
Levantei a cabeça e ele presenteou-me com um beijo no maxilar que, muito sinceramente, não sei se terá afectado menos do que teria afectado o encosto dos seus lábios aos meus.
Pára – pedi, suspirando.
Porquê? – perguntou enquanto me beijava na face.
Porque... porque... porque eu preciso que pares.
Era mentira. A minha boca secava cada vez mais e a saliva faltava-me, eu queria os seus lábios nos meus, queria senti-lo comigo, mas não queria. Sentia o mundo a andar a roda, tremia e pensava no que seria melhor para mim – não para os desejos do meu corpo, mas sim aquilo que seria o mais adequado para a minha mente.
Não me parece que precises – sussurrou-me.
Preciso, porque isto não me faz bem – afastei-o com as duas mãos.
Olhei-o nos olhos e vi um misto de emoções estampadas no seu rosto: desejo, medo e algo mais que não conseguia decifrar - certamente que a minha expressão não estaria melhor. Sentia-me esgotada, aquele beijo retirara-me as forças que ainda me restavam para combater os meus pensamentos em relação a ele, e agora, de rompante (como castigo pelas minhas próprias reprimendas) sentia-me cambalear com a sobrecarga de emoções que me impeliam na direcção dos seus lábios. Acabei por ceder um pouco e ele amparou-me.
Estás bem? – Os seus olhos revelavam preocupação. Eu nunca pensara que uma situação destas iria realmente ter qualquer tipo de impacto nele como se estava agora a revelar e…
Pára Michelle, pára com isso imediatamente.” A minha consciência começava a avisar-me dos perigos que eu estava a correr ao pensar em tudo aquilo que se estava a passar naquele preciso momento. Era realmente um conselho bastante sensato, tendo em conta o meu historial amoroso (que não é muito grande, deixem-me que acrescente) de sofrimento e entrega.
Estou óptima. Agora, se não te importas, posso voltar para o pé das minhas amigas? – Estava a começar a irritar-me a sério.
Eu não gostava da situação a que me estava a sujeitar, ainda por cima sem pára-quedas. Eu não estava preparada para uma curte ou fosse o que fosse que ele pretendia; estava farta de rapazes, eles davam demasiado trabalho, e a única coisa que eu realmente pretendia era livrar-me das preocupações, o que, obviamente, não iria acontecer se me envolvesse de alguma forma com um rapaz como o Ethan – alguém que eu não conhecia absolutamente de lado nenhum, que entrara de rompante na minha vida e que já começava a causar alguma turbulência sem sequer me conhecer.
Tu não estás óptima, Michelle. Tudo bem: eu realmente não te conheço, não precisas de dizer isso, porque eu tenho a noção – disse-me com um olhar censurador –, no entanto, o facto de eu realmente não te conhecer, não me impede de olhar para ti e ver as tuas emoções espelhadas nos teus olhos – tentei virar a cara para o outro lado: não gostava de ser transparente, mas ele impediu-me. – E não vale a pena olhares para o outro lado e virares-me a cara, porque o que tu tens aí eu já entendi, não podes apagar da minha mente aquilo que eu já vi que se passa na tua. Provavelmente estás ressentida com alguma situação amorosa que tenhas tido antes, mas eu não posso fazer nada em relação a isso, pelo menos, sem a tua ajuda, não consigo. E te garanto que vou lutar por te fazer esquecer e seguir em frente. Comigo.

Capítulo 11 - "Olha aí"



- Oh meu deus, oh meu deus, oh meu deus! - Exclamei em voz baixa.
- O que foi? - Cayt quase que gritou.
- Sh... - fui interrompida.
Pronto, lá vinha o rapaz do cabelo meio loiro e dos olhos meio amarelos.
- Olá Michelle - Levantei-me e ele cumprimentou-me com dois beijos na cara. E elas olharam-me com interrogativas.
- Olá Ethan - Eu adoro as minhas amigas, eu amo-as... mas quem me dera que elas às vezes fossem mais discretas: recostaram-se logo nos bancos e as perguntas fugiram.
- Não me apresentas as tuas amigas? - Piscou-me o olho e fez aquele sorriso atrevido que me irritava (e seduzia) tanto.
- Porque haveria de apresentar? - Provoquei.
- Hey, não se incomodem connosco! - A Deanna interrompeu a nossa "discussão" e como consequência apanhou uma cotovelada da Anna que ia ao seu lado.
- A culpa não é minha. Aqui a miss é que está armada em chica esperta e acha que eu não me desenrasco sozinho - senti um olhar fugidio dele pousado em mim. - Apresentem-se lá, que aqui a Michelle não quer nada comigo!
- Eu sou a...
- Não importa. Não tens mais nada que fazer se não chatear-me a cabeça?
Ele ficou a olhar para mim de uma forma aterradora e que me ia conquistando - por muito que eu o quisesse negar. Desolha desolha desolha... Boa, parou de olhar para mim. Mas, em vez disso, decidiu empurrar-me para cima da Cayt e sentar-se ao meu lado.
- Olha aí ó Ethan! - Refilei, agora sentia o seu cheiro: simplesmente perfeito. Apetecia-me morder-lhe o pescoço.
- Não refiles, que no fundo começas a gostar de mim - aproximou a sua cara da minha e sussurrou: - tu não me resistes, admite.
- Isso é o tipo de coisa que eu nunca irei admitir, porque tu és uma pessoa detestável - virei-lhe a cara, era mais fácil assim.
- Está bem, então vou-me embora.
Levantou-se um pouco e não resisti a agarrar-lhe pelo braço, puxá-lo para baixo e pedir-lhe para ficar, que também não era preciso ele ir-se embora.
- Eu disse.
- Olha o ego, rapaz.
- Oh, não faz mal quando temos motivos para o ter - piscou-me o olho e deu-me um beijo no canto do lábio.
- Convencido - provoquei - e não abuses.
- Estou a brincar fofinha - agarrou-me pelas bochechas e eu dei-lhe uma pequena chapada no braço: odiava que me fizessem aquilo!
- Pára quieto - virei-lhe a cara.
- Porquê? Tu gostas...
- Pára, okay? Pára.
- Que foi? - Ele ficou confuso...
- Nada. Já chega e considera-te avisado.
- Se não o quê?
- Eh pá, adeus.
Empurrei-o, levantei-me e quando me estava a afastar ele puxou-me e sentou-me ao seu colo - ia-me beijar mar eu voltei a levantar-me, fui para outra carruagem e ele foi atrás de mim. Pareceu-me ouvi-las a dizerem que iam sair na próxima paragem, mas não tenho a certeza.

* * * * *

- Importas-te de parar de andar constantemente atrás de mim?
Esta carruagem estava vazia e nem sei se isso seria uma coisa boa se má.
- Eu já te disse: tu atrais-me.
Encostou-me à parede e aproximou a sua cara da minha... virei-lhe a cara, eu não ia ser capaz de resistir àquela tensão que existia no ar.
- E eu também te atraio... - tirou uma das mãos que me encurralavam entre ele e a parede e passou com o seu dedo no meu pescoço, percorreu-me um arrepio e ele percebeu isso. - Não tentes negar.
- Até me podes atrair um pouco, eventualmente. Mas eu não quero nada contigo - olhei-o nos olhos quando disse isto. Ele aproveitou-se e, com o dedo que pousava por baixo do meu pescoço, puxou-me para si...

Capítulo 10 - Parou



Apanhámos um táxi para a estação de comboios, porque muito honestamente não me apetecia ir a lado nenhum tendo em conta o que se passara. Vê-lo ali com ela… fora simplesmente horrível, embora por um lado tenha sido bom visto que poderia ser que assim eu me apercebesse finalmente de que ele não valia a pena, e de que estava na hora de eu também seguir em frente, por outro foi mau porque não era por isso que deixava de custar.
Enquanto íamos no táxi, passámos por uma avenida cheia de pessoas que se passeavam pelo passeio em busca da montra da loja que as iria convidar a entrar. Como se fosse um mundo mágico de roupas, jogos e sapatos. Afinal de contas, estávamos perante uma geração consumista da qual nós próprias fazíamos parte; porque por muito que o tentemos negar, nunca nos cingimos ao estritamente necessário - há sempre uma qualquer blusa que seria mesmo perfeita para uma dada ocasião ou até mesmo um doce que nós afirmamos que nos irá reduzir o stress acumulado mas que na verdade é só para nos satisfazer a gulodice. Por muito que olhemos para uns ténis de desporto e pensemos “Fogo, estou mesmo a precisar de uns ténis novos para ir correr” porque os outros já estão muito velhos; é muita vez - mesmo que inconscientemente - apenas porque outro indivíduo qualquer com que nos damos também tem uns ténis daqueles.
Estava a ser consumida pela minha própria necessidade. Por causa de Landon, eu deixara de ser quem era, de agir como agia e até deixara de frequentar certos locais por tentar evitar memórias que teimavam em aparecer. E isso tinha de terminar! Já chegava de me limitar por causa de uma coisa que pertencia ao passado, estava definitivamente e inquestionavelmente na hora de pôr termo à minha própria prisão.
- Já chega - interrompi o silêncio constrangedor que se formara no táxi.
- Hãn? - Perguntaram-me.
- Chega. Simplesmente, chega! Esta situação tem de acabar. Eu já não quero pensar nele. Estou farta dos meus sentimentos e de mudar as minhas atitudes por causa dele. Chega de deixar que ele controle a minha vida, mesmo sem ele próprio saber. Isto tem de acabar!
Naquele pequeno meio de transporte que nos levava de encontro ao comboio, que nos levaria para minha casa, eu estava no meio do assento de trás e elas as três fitaram-me perplexas.
- Finalmente Michelle!
- Sim, concordo! Estava a ver que não caías em ti. Demorou!
- Esta é a nossa Michelle Davis! - Concluiu a Cayt.
Sentia-me melhor. Ainda enquanto prosseguíamos o nosso caminho, voltei a olhar pela janela e a multidão continuava a mesma. A minha decisão não iria afectar o mundo lá fora. Mas afectava-me a mim - e esse facto era quanto bastava para que me desse a oportunidade de ficar feliz e em paz comigo mesma.
Aquele vislumbre dele com outra rapariga fizera-me ver que por muito que eu teimasse em não seguir em frente e em dizer que seria demasiado complicado, eu não teria outra hipótese. Afinal de contas: ele próprio seguira. E como é que eu poderia agarrar-me a um passado do qual já não havia sequer uma ponta solta? Entre nós ficara tudo esclarecido e continuávamos bons amigos (claro que de forma diferente, mas é praticamente impossível continuar tudo igual - e muito menos melhor) - esclarecêramos tudo o que havia a esclarecer.
Realmente, não sabia do que me queixava, até porque havia situações bem piores em que as questões nunca chegavam a desaparecer.

Capítulo 9 - Parque dos Poetas



- Bem Cayt, isso é que é rapidez - começou a Deanna a gozar.
- Sim, é verdade. Não nos queres dar assim umas dicas ó miss?
- Realmente, era uma boa ideia dona Caitlyn… - os nossos olhares denunciavam-nos a léguas.
Já estávamos quase a chegar ao Parque dos Poetas, e estávamos super bem-dispostas, até que elas começaram a dar desculpas bastante esfarrapadas, diga-se de passagem, para mudarmos de caminho, e eu questionava o que se passava, mas não conseguia arrancar nenhuma resposta: só desculpas atrás de desculpas.
- Mas porque é que não havemos de ir por ali? Vamos sempre! - Continuava eu a insistir.
Meti-me à frente delas e parei, tentaram virar-me para o outro lado mas já não foram a tempo. Vi-o agarrado a ela, sentados num banco. Ela estava ao colo dele e estavam-se a beijar.
- Okay, vamos embora daqui - e foi desta forma que a Deanna me agarrou pelo braço e me foi empurrando dali para fora juntamente com elas.
Estava apática e sem reacção. Não sabia ao certo o estado do meu coração nem da minha mente. Estava simplesmente… não sei. O meu coração, por um lado, quase parecia parado mas por outro estava acelerado, demasiado acelerado para a minha própria saúde e sanidade mental. Queria sentir fúria ou tristeza ou até felicidade ou fome de vingança. Queria sentir alguma coisa! Qualquer coisa ao invés daquela sensação de vazio que me assombrava a mente.
Chegámos a um banco que era provavelmente na outra ponta do parque, mas muito honestamente eu não sabia nem queria saber. Não sabia quanto tempo tinha passado desde que os tinha visto juntos, simplesmente sentia um turbilhão de emoções e isso estava a fazer-me dores de cabeça. A sensação de vazio passara e agora em vez disso tinha uma enorme dor de cabeça.
- Quero ir para casa, meninas.
- Não Michelle, não vais sozinha para casa nesse estado!
- Por favor, preciso de descansar.
- Então liga à tua mãe a dizer que nós vamos lá dormir! - Reclamou, repentinamente, a Anna. - É que nem penses que nós te vamos deixar assim!
- Está bem.
Peguei na minha mala e quase a revirei ao procurar o telemóvel, se por a caso deixasse cair as coisas, já seria a segunda vez no mesmo dia. Quando o encontrei tinha uma mensagem do Ethan: “Quero estar contigo, Michelle. Dá-me uma oportunidade.”; depois logo respondia, neste momento não era capaz - muito menos tendo em conta aquilo que acabara de acontecer.
- Estou? Mãe?
- Diz filha, que se passa?
- Era só para perguntar se a Deanna, a Anna e a Caitlyn podem ir dormir aí a casa esta noite.
- Claro que podem querida, mas quando vierem para casa passem por qualquer lado a comprar o jantar, porque eu não tenho aqui comer em condições para dar às visitas. Depois quando chegares eu dou-te o dinheiro, está bem?
- Okay mãe, obrigada!
- Mas está tudo bem, de certeza?
- Sim mãe…
- Está bem, então até já, juízo!
- Até já. - Desliguei a chamada.
Olharam todas para mim e deram-me um daqueles abraços que parece que resolvem todos os nossos problemas, parece que simplesmente desaparecem como se de um truque de magia se tratasse. Infelizmente, eles não desaparecem assim tão facilmente…

Capítulo 8 - O Café



Quando o comboio chegou ao seu destino já elas estavam à minha espera.
- Michelle! Finalmente! Eu liguei-te para casa a ver de ti, mas a tua mãe disse que ainda não tinhas descido. Já devia de ter calculado que ainda estavas a dormir, não é? - Provocou-me a Deanna.
- Desculpe lá se estivemos acordadas até tarde - amuei.
- Ah, e já agora: - vinha aí um dos famosos sermões da Caitlyn - lá por as meninas se deitarem tarde não quer dizer que todas as outras também se deitem. Porque há pessoas, tipo eu, que se deitam cedo.
- Mas respondeste - e começámo-nos todas a rir.
- Oh, tiveram sorte - piscou-nos o olho.
Saímos da estação e começámo-nos a dirigir para o Parque dos Poetas. Passámos por uma data de ruas com as mais diversas montras constituídas pelas mais diversas coisas: pelo menos, aquilo que era do nosso interesse era acessórios, malas, roupa e sapatos; okay, podem parecer coisas fúteis, mas são menos fúteis do que os gostos dos rapazes que são à base de jogos para à PlayStation e para o computador.
Entrámos na Stradivarius, na Bershka e na Pull&Bear - como o habitual -, assim como na Parfois e outras lojas de acessórios, também entrámos na Segue para vermos as malas.
“Seleccionámos” algumas roupas e outras coisas para que quando chegasse a hora de ir para casa passássemos por lá a ir buscá-las, encontrara um vestido lindo florido que combinado com a pequena mala preta que vira na Segue e com as sandálias pretas da Bianca ficaria simplesmente perfeito!
Passámos por uma pastelaria e entrámos para pedir um café.
- Olha, eram quatro cafés, se faz favor - dirigiu-se a Caitlyn ao empregado que deveria ser da idade do meu irmão.
- É para já! - Virou-se para trás e piscou-lhe o olho. - Assim só por acaso vocês não são da Secundária de Cascais?
- Somos sim, porquê? - Inquiriu a Cayt.
Eu, a Dee e a Ann afastámo-nos enquanto ela estava tão entretida com o dito rapaz, nem deu por nós enquanto nos escapulíamos.
- Uh, que bem, que bem - comecei.
- Sim, também acho! Já estava mais que na altura de ela passar à frente daquele, daquele… daquele! - Concordou a Deanna.
- E olhem que o rapazinho até que é bem jeitoso… - Sempre a mesma Anna, bem de olho nos rapazes e respectivas qualidades ou defeitos.
Por acaso, ela tinha razão. Ele era bastante giro mesmo! Notavam-se os abdominais por baixo da camisola branca justa que era usada como uniforme; era moreno e tinha olhos verdes; devia de ter cerca de um metro e setenta e sete e quanto ao seu peso não faço a mais pequena ideia - porque tendo em conta que tinha uns bons músculos poderíamos calcular um peso, mas até nos poderíamos enganar consideravelmente por causa da massa muscular…
- A Cayt anda a evoluir bem, anda!
E começámos a rir, demasiado alto, porque ela notou e veio-se sentar connosco na mesa.
- Do que é que vocês se tão a rir tanto?
- Então os cafés? - Inquirimos.
- Ah, ele já os cá vem trazer porque estava a fazer outra coisa.
- Então e era o quê? Namoriscar contigo? - Perguntou a Deanna piscando os olhos.
- Não! Tanto que ele agora ainda é capaz de demorar um bocado e… - calou-se porque ele já estava a vir na nossa direcção.
- Aqui estão os cafés para umas colegas lá da escola - piscou o olho à Cayt - nunca vos vi lá! - E dirigiu-se a nós as três.
- Oh, é capaz de ser normal, tendo em conta que entrámos agora para o 10º e a apresentação só foi ontem. És de que turma? - Perguntou a Anna.
- Sou do 12ºD.
- Então és da turma do meu irmão! - Meu deus, como o mundo era pequeno.
- Como é que se chama o teu irmão?
- É o Christopher Davis.
- Ah, eu dou-me bué bem com ele! Aliás, começámo-nos a dar agora já no fim das férias, porque antes até nem nos dávamos muito… eu também era um bocado parvo - E fechou a boca numa linha recta.
- Calma… como é que te chamas mesmo?
- Edward Stuart.
- Ah, já sei! Tu chegaste a ir a uma festa lá em casa, não foi?
- Yap, é capaz de ser por isso que as vossas caras não me são estranhas.
- Sim, já me lembro de ti! - E ao dizer isto, a Cayt sorriu.

Capítulo 7 - Um Banco na Estação



Chegara à estação de comboios antes da hora - não me queria arriscar a ter de esperar mais meia-hora até aparecer outro comboio que fosse na direcção de Oeiras.
Avistara um banco vazio e dirigira-me a ele na esperança de que se passasse algum tempo sentada iria conseguir repor as minhas ideias em ordem, mas como me enganava: quantos mais segundos eu passava sentada naquele banco, mais confusa me sentia! O Ethan só servira para me baralhar ainda mais o sistema, porque agora em vez de ter um rapaz em que pensar tinha dois!
Enquanto deixava os meus pensamentos vaguear, parecera-me ouvir chamarem por mim, mas podia sempre ter sido um pensamento a falar um pouco mais alto, e permaneci precisamente na mesma posição, continuando a dar liberdade ao rumo dos meus pensamentos.
Senti uma mão no meu ombro. Dei um pulo e um pequeno grito. Olhei para trás e vi-o outra vez:
- Hey, calma. Não precisas de te assustar! - Sorriu com um ar travesso. - Acho que não sou assim tão feio.
- Pois não… - ele sorriu - és pior! - E ri-me com verdadeira disposição para tal.
Por muito que eu não quisesse, a sua presença agradava-me e achava o seu sorriso contagiante.
- Ah é? Está bem então! - Fingiu amuar e começou a andar para longe.
Levantei-me e dei dois ou três passos de corrida para o apanhar. Não queria que ele se fosse embora - sem saber bem qual o motivo desse desejo.
- Vá, desculpa - dei-lhe um beijo na cara.
- Podias ser um pouco mais convincente - e olhou-me de soslaio, com o mesmo sorriso de quando chegara.
- Eh pá, esquece.
Virei costas e dirigi-me novamente para o banco onde me tornei a sentar. Lá estava ele a estragar tudo com a mesma conversa! Outra vez.
Desta vez, evitou um contacto físico e sentou-se, simplesmente, de lado na outra ponta do banco estabelecendo unicamente um contacto visual comigo.
- Importas-te de parar de olhar para mim? É que não é confortável.
- Tu não entendes mesmo, pois não?
- O que é que há para entender? - Já não estava a perceber nada.
Felizmente, o comboio chegou e consegui escapar-me àquela conversa que não me estava a agradar nem um pouco. Mas o rapaz sentia-se bem? Que raio de conversa vinha a ser aquela!?
- Michelle, eu... - interrompi-o.
Levantei-me dum salto, peguei na minha mala e deixei cair tudo. Baixei-me para apanhar e o Ethan também me ajudou, disse-lhe que não era necessário mas ele ignorou-me.
Continuei a arrumar as minhas coisas, peguei na mala (que desta vez tinha o fecho corrido) pela alça e pus-me no encalço do comboio.
- Espera Michelle!
- Tenho de ir Ethan, tenho pessoas à minha espera, depois falamos - e saltei para a entrada do comboio antes que ele partisse.
Sentei-me ansiando por algum descanso. Tentei evitar deixar os meus pensamentos fluir, mas era uma missão demasiado complicada para uma mente já tão exausta como a minha. Se aquando de me ter sentado no banco da estação, a minha cabeça já estava um verdadeiro caos, agora estava ainda pior. Quando me sentara na estação, pensara apenas em pequenos aspectos de sexta-feira; porém, agora, existiam também questões como o facto de me sentir bastante bem e tranquila quando estava perto dele, assim como simplesmente amava o seu sorriso.
Recebi uma mensagem: "Não podes fugir eternamente de mim, Michelle. Gostava tanto que te deixasses estar algum tempo comigo sem te retraíres. A sério. Gostava de conhecer o teu verdadeiro ser. Porque é que usas esta capa?", Ethan - bem, era melhor guardar o número, ao menos assim cada vez que abrisse uma mensagem dele já saberia mais ou menos o que me esperava... Ele não estava à espera de uma resposta, eu sabia que não, porque ele estava convencido que sabia perfeitamente aquilo que estava a dizer. E realmente sabia. Não sei como, mas ele no fundo sabia mesmo o que se passava comigo sem fazer a mínima ideia disso.
Olhei pela janela. Será que ele ficara a ver o comboio afastar-se?

Caderno

Agora os textos vão sendo sempre escritos conforme vou tendo inspiração para eles. Arranjei um caderninho onde vou escrevendo sempre os capítulos antes de os passar para aqui.
Espero que gostem ♥

Capítulo 6 - Comboios Inesperados



Dirigi-me até ao meu quarto e meti-me na casa-de-banho para tomar um banho rápido. Quando saí e abri a porta que se interpunha no acesso ao meu quarto, enrolada na toalha, deparei-me com o meu irmão deitado em cima da cama:
- A sério Mich, que se passa? - O seu olhar demonstrava preocupação.
- Não se passa nada Chris, porquê?
- Hoje pareces-me distante... Sabes que podes confiar em mim, mana - tentou sorrir, mas as rugas, de preocupação, que se formavam na sua testa não eram capazes de omitir o amor fraternal de um irmão mais velho.
- Não te preocupes, a sério, está tudo bem! - Sorri. - É só um rapaz da minha turma, que... - Bolas, já tinha falado demais!
- Um rapaz!? Calma lá! - Levantou-se da cama num salto. - Mas fez-te alguma coisa? Eu vou-lhe à cara, juro que vou!
Aquele era o meu Chris. Provavelmente um dos rapazes mais cobiçados da secundária: alto, loiro, musculado, querido, protector. Também era muito teimoso e até um pouco egoísta, mas isso faz tudo parte do encanto.
- Chris, calma, okay? Não foi nada de mais. Ele queria sair comigo, só isso - e comecei-me a rir.
- Oh, então qual era o problema? - Inquiriu-me. - Podia ser que te ajudasse a esquecer esse Landon de uma vez por todas.
- Eu já não sinto nada por ele - fiquei bastante séria, de um momento para o outro.
- Sim, percebe-se perfeitamente isso, pela tua cara, Michelle...
- Sai, se faz favor.
- Michelle... Desculpa, foi sem intenção...
- SAI!
Continuei a despachar-me como se nada tivesse acontecido, ou pelo menos, a tentar ignorar. Por muito que tentasse pensar que o meu irmão estava enganado, eu no fundo, sabia que ele tinha toda a razão em dizer aquilo - eu própria pensara nisso enquanto voltava para casa, na sexta-feira.
Tentando abstrair-me desse assunto acabei por optar por uma túnica de alcinhas aos quadrados castanhos e brancos com umas leggins castanhos, calcei umas sandálias de salto alto na esperança de não precisar de correr e coloquei todas as minhas coisas na minha mala castanha, incluindo a máquina fotográfica - porque todos os momentos merecem ser recordados.
Mal sabia eu o que me esperava...

Mais de um mês!

Okay, peço imensas imensas imensas desculpas por ter estado precisamente um mês e quatro dias sem escrever nada na fic, mas agora vou aproveitar as Férias da Páscoa para ver se escrevo um bocado mais nem que seja para depois ir postando aqui mais regularmente!
Beijinhos e desculpem! É hoje 

Capítulo 5 - On e Off



Entrei no messenger e vi que a Deanna estava online, meti de imediato conversa:
Mich diz: Ai, adoro a foto!
Dee diz: Oh, obrigada fofinha $: . Então, novidades?
Mich diz: Sim... algumas :x
Dee diz: Conta-me tudo!
Mich diz: É uma semi-longa história... Tens planos para o fim-de-semana?
Dee diz: Não, ia-te perguntar exactamente o mesmo! Queres ir onde?
Mich diz: Não sei... Queres ir dar uma volta ao parque?
Dee diz: Sim, por mim dá!
Mich diz: Vou-lhes mandar mensagem :D
Dee diz: Está bem.
*Dee acaba de lhe enviar um toque*
Mich diz: Desculpa, desculpa. O meu irmão tinha-me chamado, cheguei lá e disse que não era nada, que já não era preciso -.-
Dee diz: Okok, não faz mal xD. Mas já lhes perguntaste?
Mich diz: Sim, disseram as duas que podia ser! Também queres perguntar aos rapazes se querem ir?...
Dee diz: Não me pareces muito convencida a perguntar :x
Mich diz: Oh, precisava de vos contar umas coisas... que não davam assim muito jeito na presença deles.
Dee diz: Então vamos só nós! Não há crise (:

* * * * *

Quando me deitei eram já duas e meia da manhã, tinha estado à conversa com a Deanna e distraíra-mo-nos as duas. E acordei com uma mensagem de um número que não conhecia: "Bom dia, queres ir dar uma volta? Só para nos conhecermos melhor. Não me interpretes mal, please! By: tu percebes quem ;)". Ethan, calculei. E ainda eram nove e vinte! "Desculpa, acordei ainda agora com a tua mensagem. Deitei-me tarde e estou cansada, Ethan. Além disso, podemo-nos ficar a conhecer melhor na escola. Não te preocupes: tens um ano lectivo inteiro para me tentar conquistar :b. Agora ainda vou dormir. Kiss kiss".
Levantei-me eram onze e doze. Olhei para o telemóvel e deparei-me com uma mensagem com um número desconhecido a dizer "Oh, se tem mesmo de ser... :("; só após algum tempo a olhar para a mensagem é que me lembrei que tinha recebido uma mensagem muito antes de acordar efectivamente. Fui às mensagens recebidas e li a mensagem que ele me tinha enviado antes. E quando fui a ver a resposta fiquei absolutamente perplexa a olhar para o monitor daquele pequeno dispositivo que era tão útil nos dias de hoje.
- OH. MEU. DEUS!
Ouvi alguém a subir as escadas a correr, era a minha mãe a avaliar pelos saltos altos. Entrou de rompante no meu quarto:
- Está tudo bem Michelle?! - Perguntou com um ar preocupado.
- Está está, mãe, não te preocupes! - E não consegui evitar uma gargalhada. Ela limitou-se a fitar-me incrédula. - A sério mãe! Não foi nada demais - sorri.
- Não me voltes a assustar dessa maneira Michelle! - Fiz uma cara de anjinha. - Vá, despacha-te que a Deanna já ligou para cá.
- JÁ?! - Ela já tinha voltado costas e deu um pulo.
- Poças Michelle!
- Desculpa mãe - pisquei-lhe o olho. - Vou-me já despachar!
A minha mãe saiu e ouvi-a a descer as escadas. Tinha de me começar a despachar, no entanto... Deitei-me em cima da cama com a cabeça na almofada, a pensar - a reflectir em tudo o que tinha acontecido ontem: desde a apresentação ao Ethan, do Ethan ao Landon... E as mensagens! Meu Deus, como é que eu tinha respondido aquilo? Devia estar realmente a dormir. Porque se estivesse completamente consciente nunca lhe teria respondido aquilo. E agora nem ia responder àquela mensagem: estava fora de questão.
Fui almoçar e o Chris não parou de me chatear a cabeça - como de costume. O meu pai também já se estava a passar com ele; o problema é que nesta família somos todos teimosos, por isso o resultado não foi nada que me surpreendesse:
- Christopher, chega - ia repetindo a minha mãe pela milionésima vez.
- A Michelle está muito calada, deve estar a tramar alguma - continuava ele.
- CHRISTOPHER DAVIS, chega! - O meu pai passou-se, e ele já devia de estar à espera...
- Eh pai, tem calma. Fogo, só estava no gozo...
- Pois, mas isto já é demais! - Estava mesmo chateado...
- Deixa estar pai - tentei atenuar a situação. - Ele estava só no gozo, eu daqui a bocado vingo-me.
- Quero ver isso - sorriu maliciosamente.
- Chris, cala-te - sussurrei-lhe. - Bem papás, vou indo. Elas já devem de estar à minha espera!

Capítulo 4 - Rumos



Na rua, seguia um rumo do qual sabia o destino; no entanto, do destino dos meus pensamentos não sabia absolutamente nada. Só sabia que de alguma forma eram relativos ao Ethan, mas por outro lado eles diziam também respeito a Landon -já há algum tempo que não pensava nele. Aquilo tinha sido uma situação completamente desnecessária - porque raio é que ele me tinha pedido para sair com ele? Só me provocou dores de cabeça e pensamentos inconvenientes. Eu não queria voltar a pensar no Landon segundo critérios amorosos, e nada disso teria voltado a acontecer se não tivesse sido aquela pequena troca de palavras. Aquela troca de palavras que por acaso fora simultaneamente gigantesca, que quase conseguira reavivar a sensação de borboletas na barriga que só Landon conseguira até então... mas não! Não podia ser! Eu não me podia estar a voltar a apaixonar...
Cheguei a casa ainda a pensar no Ethan. Dirigi-me ao meu quarto e pousei a mala em cima da secretária. Bateram à porta.
- Sim?
A porta abriu-se lentamente e espreitaram.
- Filha, está tudo bem? Chegaste a casa nem disseste nada - era a minha mãe.
- Oh, sim mãe. Está tudo bem, não te preocupes - sorri. - Apenas estou cansada, só isso.
- De certeza? - Anui com a cabeça. - Então e que queres para o jantar? - Sorriu-me daquela forma que só uma mãe sabe.
- Hmm... Pode ser qualquer coisa menos sopa ou peixe! - Comecei-me a rir. - Massa?
- Com bacon e salsichas? - Piscou-me o olho.
- Ai mãe, conheces-me mesmo bem! - Dei-lhe um grande abraço e um beijo rechonchudo na face. - Vou só tomar banho, sim?
- Está bem, mas despacha-te que o jantar deve de estar pronto mais ou menos às oito e um quarto.
Olhei para o relógio: sete e vinte. Oh, dava mais que tempo, desde que não começasse nos meus devaneios mentais...
Dirigi-me à casa-de-banho com a minha toalha apoiada no ombro. Liguei o rádio e sintonizei na minha estação favorita e pus-me a ouvir música, assim como temperei a água enquanto me ia despindo para entrar no banho.
Entrei para a banheira. Fui-me molhando aos poucos e quando finalmente me pus completamente debaixo do chuveiro deixei a minha cabeça vaguear... até que a água começou a vir fria.
- MÃE!
- O que foi? - Ouvi-a gritar do andar de baixo.
- OLHA A ÁGUA!
- Oh, mas ninguém está a... CHRISTOPHER não estejas a fazer isso para chatear a tua irmã! Desliga isso imediatamente! - Tinha de ser aquela peste. - Já está boa Michelle?
- SIM MÃE, OBRIGADA! - Gritei pela última vez, retomando o belo vapor da água quente e o rumo desconhecido dos meus pensamentos.
Acabei de tomar banho - acabara por não me conseguir abstrair de todo aquele enredo esquisito em que estava metida e só consegui ficar ainda mais confusa: precisamente o oposto do objectivo que tinha quando me pus a tomar banho já tão tarde (ainda por cima não indo sair à noite).
Optei por vestir logo o pijama, pelo menos assim que acabasse de comer podia regressar ao quarto, deitar-me e ficar a teclar um pouco com as minhas meninas no messenger. Isto, é claro, se tudo corresse como eu pretendia - o que era algo raro de acontecer.

Férias do Carnaval

Vou tentar postar um pouco mais agora que estou de mini-férias. Kiss kiss ♥

Capítulo 3 - Perseguições?



Tocou. Saí da sala a pensar na quantidade enorme de coisas que o professor tinha dito e a tentar não me esquecer de nada. Tinha apontado num pequeno bloco de apontamentos às florzinhas laranjas, mas aquilo não era nem metade do que fora referido na apresentação. O professor avisou-nos que iria ser um ano bastante puxado e que nos teríamos de esforçar mesmo, se realmente queríamos obter bons resultados... E eu quero obter bons resultados!
Estava muito bem a seguir pelo corredor à procura da sala onde tinha sido a apresentação da Deanna, quando me pareceu ter ouvido a chamarem pelo meu nome. O atraso impossibilitara-me de assistir à apresentação de cada um propriamente dita e isso irritara-me mesmo! Porque eu gosto de saber as coisas antes de me meter nelas, não é?... E assim ia completamente às cegas para uma turma nova e...
- Olá - surpreendeu-me uma voz masculina que eu nunca ouvira, surpreendeu-me de tal forma que dei um pequeno pulo e voltei-me para trás a rir um pouco comigo própria.
Quando me voltei e vi aquele rapaz novamente nem sei como me senti... fiquei extasiada. Fiquei bastante atrapalhada e para mal dos meus pecados sou o tipo de pessoa que se nota sempre quando fico assim.
- Ai, assustaste-me - comecei-me a rir. - Olá - cumprimentei, sorrindo.
- Oh, desculpa! Foi sem intenção, a sério... - envergonhou-se.
- Eu percebi, não te preocupes!
- Mas a sério... é só que não chegaste a saber o nome de ninguém e eu conheço o pessoal todo... Se quiseres posso-tos apresentar - convidou-me ele de uma forma simplesmente encantadora.
- Ah, óptimo! - Fiquei radiante. - Eu odeio entrar em coisas novas sem saber nada; e como me atrasei para a apresentação e o stôr foi deveras um querido para mim, fiquei mesmo como eu menos queria...
- Sim, eu percebi pela tua cara - e começou-se a rir.
- Que foi?
- É que tu não tens bem a noção da tua cara a entrar na sala, foi simplesmente demais. E depois ainda com o stôr a implicar contigo e tu bué seca para ele, foi mesmo um must!
- Oh pá... - Senti-me corar. - Eu não costumo ser assim, isto é, não costumo chegar atrasada!
- Sim sim, claro que não - começou a assobiar e a gozar.
- Oh pá! - Dei-lhe uma pequena chapada no ombro. - Não sejas assim, ainda não me conheces para poderes afirmar uma coisa dessas - e comecei-me a rir.
- Podia conhecer melhor - e fez uma grandessíssima cara de anjo como quem não quer a coisa.
- Não me envergonhes sim? - Pisquei os olhos de forma provocadora.
- Hoje queres sair? - Perguntou repentinamente.
Oh meu deus... ele estava a convidar-me para sair?! Oh não, oh não, oh não... Não podia estar a acontecer isto, que pânico. Outra vez não! Não ia voltar a cair no mesmo erro duas vezes. Queria ser livre. Queria e quero.
- Desculpa, mas não posso. Olha tenho de ir... - Virei costas e comecei a andar.
- Espera! - E meteu-se à minha frente. - Não precisas de reagir assim, se não queres sair, é na boa - e mostrou um sorriso no mínimo desiludido -, mas se mudares de ideias gostava de... pronto - atrapalhou-se.
- Não tem a ver com querer ou não... é complicado. Além disso, nem te conheço!
- Era uma forma de ficares a conhecer - e os seus olhos brilharam.
- Talvez daqui a uns tempos... Agora não dá mesmo... - Apetecia-me fugir dali.
- Mas tens namorado?
- Oh, por favor, eu não tenho de aturar isto! - Segui caminho, aquilo já era demais.
- Okay okay, desculpa, tens razão: abusei. Mas olha, nem me apresentei! - Acho que nem valia a pena, mas ainda assim olhei para trás. - Sou o Ethan.

Desculpem, desculpem, desculpem!

Há imenso tempo que ando a tentar postar, não tenho tido mesmo tempo nenhum, mas hoje vou mesmo postar! Finalmente!
Enjoy!

Capítulo 2 - Tudo Novo



Era o início de um novo ano lectivo, num novo ciclo, numa nova escola, com novos colegas. E a escola era - ou pelo menos, parecia - fantástica! Digo isto, porque não era muito definida, ou seja, não precisavas de ter um determinado estilo para te integrares na escola - bastava seres tu próprio. E eu gostava desse tipo de esquema.
A escola parecia um daqueles edifícios super modernos compostos unicamente por linhas e formas geométricas; era branca, preta e vermelha e destacava-se pela sua singularidade.
Eu, a Anna, a Caitlyn e a Deanna ficáramos em turma distintas devido às nossas escolhas relativamente ao curso e não conhecíamos, literalmente, ninguém - o que fazia de tudo aquilo uma experiência totalmente nova.
A Dee e eu apesar de ambas termos escolhido Ciências, ficámos em turmas diferentes; a Caitlyn escolhera Artes e a Anna, Humanidades.
Inicialmente, eu também estivera indecisa entre as Ciências e Humanidades, mas se fosse para Humanidades era bem capaz de ter uma média horrível porque nunca me dera lá muito bem com História, e essa era uma das específicas de Humanidades, por isso... acabei por optar pelas Ciências, até porque sempre tivera mais facilidade nas específicas correspondentes; além de que sempre tinha a probabilidade de ficar na turma da minha melhor melhor amiga, mas o destino é bastante traiçoeiro e "tinha" de nos separar!
Mas pronto, a vida não pode ser só coisas boas. Só que também escusava de quando acontece algo mau, acontecesse logo também uma data de outras coisas más!

Entrei numa sala que estava a ver pela primeira vez assim como todas as pessoas que nela marcavam a sua presença. Notei que existia muito familiaridade entre elas, e pensei (com os meus botões) que isso não iria facilitar em nada a minha integração na turma.
Existiam os chamados grupinhos, mas afinal: em que turma é que não existiriam?, no entanto, isso só dificultava ainda mais o meu processo de integração, porque teria de ver (mais ou menos) com quem me iria dar melhor, e teria de "seleccionar" os amigos que quereria ter.
Estava nervosa e para ajudar à festa estavam todos a olhar para mim porque já estava atrasada. A conversa de manhã fizera com que me distraísse com as horas e acabasse por me atrasar, e como resultado disso agora estava perante uma sala cheia de rostos desconhecidos a olhar para mim. O que ainda aumentava mais o meu estado de nervos...
- É você a menina Michelle? - Perguntou o professor, que eu calculei ser o meu director de turma.
- Sim, mas pode tratar-me por Mich - respondi envergonhada e tentando aparentar uma descontracção que todos perceberam ser falsa e começaram-se a rir.
- Sente-se aqui - e apontou - e espero que o seu atraso de hoje tenha sido uma coisa pontual.
- Sim stôr, pode ter a certeza disso - respondi já a começar a irritar-me pela reprimenda e dirigi-me ao meu lugar.
No lugar ao lado do que a stôr me tinha indicado estava um rapaz com o cabelo meio loiro meio moreno, e uns olhos simplesmente hipnotizantes: eram cinzentos e amarelos (à volta das pupilas), eu nunca vira nada assim. Ele olhou para mim e sorriu-me, sorri de volta e enquanto me virava para a frente reparei num reflexo na janela, que espreitava por de trás dele, que era o de uma rapariga que me fuzilava com o olhar.
Olhei para trás de relance só para comprovar que não tinha sido impressão minha e realmente ela estava a olhar para mim de uma forma algo assustadora. Por favor, tinha sido só um sorriso! Seria a namorada? Custava-me um pouco a crer que um rapaz daqueles não tivesse namorada. Ele era tão lindo...

Atrasos!

Peço desculpa por já não postar há tanto tempo! Mas tenho tido imensos testes, trabalhos e afazeres, e as oportunidades bastante escassas para escrever aqui no blog. Têm acontecido coisas que também não me têm deixado lá muito inspirada  nem com capacidade para escrever coerentemente.
Mas já que há tanto tempo que não escrevo, hoje vou-vos deixar aqui um capítulo (embora um bocado pequeno) para compensar. Não faço a mínima ideia do que irá sair pelas pontas dos meus dedos, mas duvido que seja algo muito alegre... não tenho andado lá muito bem nos últimos tempos. Mas vá, pelo menos tentei, certo? (:

Beijinhos, até já 

Capítulo 1 - Keep Dreaming



Antes de ir para o meu primeiro dia no secundário, demorei algum tempo a despachar-me (como seria de prever) e decidi-me por um vestido salmão e um casaco a condizer, calcei umas sandálias romanas castanhas, encaracolei um pouco mais o cabelo e maquilhei-me sem exagerar - uma pintura minimalista.
Encontrei-me com elas no caminho para a escola na pastelaria Keep Dreaming (como viria a ser a nossa rotina) para tomarmos o pequeno-almoço juntas.
- Ai, nunca nos vamos separar, pois não? Juro-vos que vocês valem imenso! - Afirmei com lágrimas nos olhos.
- Sim Michelle, nós sabemos - disseram a sorrir.
- Espero bem que saibam! O que é que seria de mim sem vocês?! - Questionei, retoricamente, a sorrir por saber que tinha as melhores amigas do mundo.
Comemos torradas e bebemos um galão cada uma, e fomos fazendo conversa sobre as coisas mais triviais e divertidas que apenas as melhores amigas sabem fazer, até que o assunto me atingiu directamente.
- Oh Michelle... então e como vão as coisas relativamente ao Landon? - Perguntou-me a Caitlyn inocentemente
- Eu preferia não falar sobre isso... - Comecei. - Oh, que se lixe. As coisas com o Landon, não vão simplesmente. Já estou farta de andar atrás dele, de tentar fazê-lo ver que gosto mesmo dele e que quero estar com ele. E ou ele não quer ver ou simplesmente não quer saber. E muito sinceramente, chega. Já chegou a altura de o esquecer de uma vez por todas.
- Sabes perfeitamente que não vale a pena ficares assim - disse Anna -, eles são todos iguais!
- Eu sei disso, agora percebo. O problema é que por muito que eu diga que ele já não me afecta, continua a afectar de alguma forma. O facto de não o ver, ajuda-me, e muito, mas tenho medo que assim que o veja volte tudo à estaca zero. Ando-me a esforçar demais para poder acontecer uma coisa dessas.
- É mesmo isso, Michelle. Ele não é bom para ti. E tu és demasiado boa para ele! - Concordou a Deanna, honestamente preocupada.
- Precisamente! - Concordaram a Anna e a Cayt em uníssono. E a Cayt continuou: - Mas pronto, talvez seja melhor mudarmos de assunto... depois falamos melhor sobre isso dona Mich.
- Também acho boa ideia, chega de falar de coisas tristes! - Afirmei num tom vitorioso.
- Sim, é esse o espírito! - Gritaram as três, de tal forma que todo os clientes da pastelaria ficaram a olhar para nós.
- Omg, vocês matam-me! - Disse, desmanchando-me a rir num riso estridente, o que já me vinha a incomodar a mim própria há algum tempo.
- Bem, mas olhem, eu adoro o ambiente desta pastelaria... - Disse a Cayt num tom sonhador.
Keep Dreaming. O facto de o nome poder ser interpretado de forma negativa contradizia completamente com aquele ambiente. A pastelaria era delineada por cores suaves e fortes ao mesmo tempo, num misto de sensações transmitidas. Eu sempre amara aquele tipo de decoração, tão simples tão... tão eu (apesar de eu não ser nada simples). Tinha linhas suaves e geométricas que variavam entre as curvas de uma circunferência e as rectas de um segmento, era simplesmente perfeita. Havia mesas que eram redondas e baixinhas às quais, em vez das tão comuns cadeiras, correspondiam poufs brancos intercalados com outros roxos, azuis, amarelos, verdes, cor-de-rosa, vermelhos, laranjas, de todas as cores que se possam imaginar; tudo isto numa das metades da pastelaria. Do outro lado, tinha mesas e cadeira um tanto ou quanto sofisticadas e ao mesmo tempo com formas descontraídas. Todas as mesas tinham no meio um vidro, que por baixo tinha desde pins a conchas numa mistura que tanto podia ser considerada como extravagância como pura originalidade.
- Sim, é absolutamente... hmm, irreal - Concordou a Anna.
Eu e a Dee simplesmente anuímos com a cabeça enquanto observávamos, desta vez mais atentamente, a pastelaria.